O setor florestal brasileiro vive um período de crescimento e amadurecimento. Com novos investimentos, expansão de fábricas e avanço tecnológico, o país se consolida como uma das principais potências florestais do mundo. Mas, por trás das máquinas, pesquisas e hectares de florestas plantadas, há um fator que define o verdadeiro potencial desse setor: as pessoas.
Garantir a continuidade do conhecimento técnico, da pesquisa e da inovação exige estrutura e visão de longo prazo. É nesse contexto que o Primatera, fundo patrimonial criado pelo setor florestal e de bioprodutos, ganha relevância. Ele representa uma nova forma de sustentar o futuro — pela educação, pela ciência e pela valorização de quem faz o setor acontecer.
Um elo entre passado e futuro
Para o professor Celso Foelkel, referência nacional na área de celulose e papel, fundos patrimoniais como o Primatera são essenciais para garantir continuidade às ações de ensino e pesquisa. “Um fundo patrimonial garante a perenidade de projetos que, de outra forma, dependeriam apenas de verbas públicas e de ciclos políticos. Ele cria estabilidade para a pesquisa e para os alunos que serão os futuros profissionais do setor.”
Em sua fala, o professor reforça que formar pessoas é o alicerce da competitividade: “Sem investimento em gente, não há avanço sustentável. A inovação nasce do conhecimento, e o conhecimento depende de apoio, de tempo e de estrutura.”
Retribuir é fortalecer o ciclo do conhecimento
O executivo e pesquisador José Maria de Arruda Mendes Filho destaca o caráter de retribuição que envolve apoiar o fundo. “A criação do fundo é uma forma concreta de unir empresas, academia e profissionais em torno de um propósito comum: garantir continuidade técnica e científica.”
Para ele, o Primatera é mais do que um instrumento financeiro, é um movimento de pertencimento. “É uma maneira de devolver à base de formação aquilo que um dia nos foi oferecido. Quando retribuímos o que recebemos, garantimos que o ciclo do conhecimento não se quebre.”
Essa visão de legado é o que tem aproximado cada vez mais profissionais experientes do fundo, que enxergam no Primatera uma ponte entre gerações, conectando quem abriu caminhos a quem ainda está começando.
Educação e capital humano: os pilares do setor
Na avaliação do professor Humberto Eufrade, da ESALQ/USP, o Primatera cumpre um papel estratégico no desenvolvimento de capital humano. “Ter um fundo que fomenta mão de obra qualificada, com incentivo a bolsas e projetos, é fundamental. O fundo tem um papel enorme para o ensino das ciências agrárias e florestais.”
Ele reforça que o apoio aos estudantes é uma forma direta de fortalecer a base científica e técnica do país. “Quem tem tranquilidade para estudar consegue avançar. É isso que o Primatera proporciona: tranquilidade para aprender e devolver ao setor em forma de inovação e competência.”
Essa visão se conecta à necessidade de preparar profissionais capazes de enfrentar desafios complexos — da gestão florestal ao desenvolvimento de novos biomateriais — mantendo o Brasil competitivo e sustentável.

Um compromisso que transcende gerações
A convergência entre essas vozes revela uma percepção comum: apoiar o Primatera não é apenas um gesto de generosidade, mas uma decisão estratégica e ética. É reconhecer que o sucesso do setor florestal está diretamente ligado à formação de pessoas e à continuidade do conhecimento.
Em um momento de transformação global, a construção de um legado coletivo depende da soma de esforços — de empresas, profissionais e instituições que acreditam no poder da educação e da ciência.
“É primordial ter iniciativas como essas, esses fundos ativos, bem consolidados, apoiando o desenvolvimento, essa geração de conhecimento, essa retenção de conhecimento nos profissionais”, resume André Domingues, gerente de processos na Valmet, em outro dos depoimentos colhidos.
O Primatera é o reflexo de uma visão de futuro: a de que o setor florestal cresce quando cresce sua gente.